domingo, 24 de janeiro de 2010

Pausa



A convergência de esforços e a preocupação, ainda que passageira, de dar a primazia à procura de respostas a pensar no bem comum, abrem sempre uma janela de optimismo capaz de lançar alguns raios de luz sobre o ambiente sombrio e pardacento que envolve a nossa casa colectiva. Há quem diga que só os loucos, os poetas e os alienados conseguem actualmente manter alguns laivos de optimismo. Se assim for ter-se-á de concluir que pouco se pode esperar dos chamados assisados, realistas e bem pensantes e que nos encaminhamos a passos largos para o abismo da mediocridade instituída, instalada e assumida como estandarte e distintivo. Da semana que findou retive alguma esperança do facto de que os nossos políticos parecem ter resolvido fazer um intervalo na sua azáfama de conquista do poder a qualquer preço e se juntaram a falar acerca do presente e do futuro deste povo. Povo este que apesar de se assemelhar a um canavial agitado pelo vento os vai a todos distinguindo com o desvelo e ás vezes com o dezespero, com que a pobre mãe vai alimentando os seus filhos, tirando à sua boca para que estes continuem a ser bem alimentados. Aguarda-se que ainda exista alguma reserva de bom senso e que a semana que hoje começa nos traga sinais claros de que este povo, apesar dos desvarios e egoismos múltiplos, ainda tem políticos dignos deste nome e capazes de promover com sucesso o nosso futuro colectivo.
Aqui deixo esta mensagem que me foi sussurrada ao ouvido por aquela pequena e grande mulher que foi (é) Teresa de Calcutá: "não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz. As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável."

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Renovar


Os Romanos, perante a constatação de que o tempo se escoa coma a água em cesto de vime, diziam com resignação: "tempus fugit"( o tempo foge). Ontem terminou o ano de 2009, hoje se inicia 2010. É assim, "rei morto rei posto, viva o rei". O ano transacto teve pelo menos a vantagem de nos entregar vivos a 2010 e de manter a expectativa de que o novo ano será um tempo de superação de dificuldades e de afirmação individual e colectiva. Após vários acidentes traumáticos torna-se necessária uma competente e continuada terapia de recuperação, para não ficarmos indefinidamente a carpir mágoas e a lastimarmo-nos por não conseguirmos andar sem as muletas que nos vão ser propostas, ou talvez impostas. É que para além de serem sinal de debilidade e dependência essas muletas não são gratuitas, nem garantia de que possamos acompanhar e muito menos influenciar, a marcha dos acontecimentos que se vão perfilando no horizonte do nosso futuro não muito distante. É certo que a confiança nos vários agentes políticos, estruturas sociais e organizações corporativas atinge um nível preocupantemente baixo, mas mesmo assim importa convergir e fazer convergir a favor do bem comum. O ano de 2010 vai ser mesquinho se for marcado pela convergência das afirmações e atitudes mesquinhas, ou afirmação positiva se pervalecer o que de melhor existe no nosso "eu" colectivo. As várias forças partidárias, as múltiplas estruturas sociais e os vários poderes manifestam preocupantes sinais de exaustão e mesmo de deterioração e apesar disso há que continuar a acreditar que este POVO tem futuro. Convirjam os homens e as mulheres justas da nossa terra, juntem-se as competências e os múltiplos saberes, imprima-se uma dinâmica de exigência alargada, faça-se surgir a mística da qualidade. Mesmo os que pouco podem fazer podem pelo menos pôr de lado a prática do "escárnio e do mal dizer"e ajudar a criar um ambiente de apoio a todos quantos procuram com trabalho sério e honesto descobrir caminhos e provocar a marcha.
Se alguém de boa vontade, amante da justiça e empenhado no bem comum ler esta mensagem saiba que alguém o saúda, confia, converge e está com ele. Bom ano meu Portugal!