domingo, 27 de março de 2011

por favor!

Por favor não brinquem connosco! Já nos chega saber que estamos falidos e que só nos resta estender a mão! Porque nos querem ainda fazer de tontos? Quem ascendeu ao poder manifesta demasiado apego ao poder e quem aspira ao poder manifesta incontida ânsia de poder. Em nome do bem comum é demasiado notória a afirmação do bem de alguns. É verdade, a política sem ética transforma-se numa representação que alterna entre a tragédia e a comédia. A grande maioria vive a tragédia e um número significativo de artistas procura entreter o público com a comédia. A avaliar pelo ensaio vamos ter um tempo de frenética comédia antes de retomar-mos em contínuo a acentuada e prolongada vivência da tragédia.

terça-feira, 1 de março de 2011

enrascadela



Num país enrascado quem é que fica respaldado a não ser as aves de rapina e os enrascadores de profissão? As crianças estão a ser enrascadas, pois com tanta artificialidade mais parecem aves de capoeira do que andorinhas em início de Primavera. Os jovens sentem-se enrascados pois prometeram-lhes o sol e só vêm a lua nova. Os adultos estão enrascados pois sonharam com a abundância e deparam-se cada vez mais com a carestia. Os idosos estão super enrascados pois pensavam que tinham construído uma sociedade consistente e sai-lhes uma sociedade gelatinosa. Como sair deste embróglio sem gastar as poucas energias restantes destruindo o que ainda resta ? Pode cada grupo cuspir a sua raiva para cima dos demais, mas enquanto não passarmos da ânsia do usufruir para o esforço de construir apenas ficaremos todos cada vez mais atolados em  lixo tóxico. Os portugueses que tiveram a coragem de se aventurarem no diferente sempre conseguiram afirmar-se e transformar o enrascanso em desenrascanso, mas sempre recorrendo ao sobre esforço, ao acumular de energias, ao confronto com o diferente e ao sair para fora do seu quintal. Já que não tivemos a capacidade de ser bons gestores e a inteligência para prever e evitar o desastre sejamos ao menos bons imaginativos na gestão da insolvência. É o que se chama "fazer das tripas coração".