domingo, 28 de novembro de 2010

renovar


Se ficarmos à espera que algo de extraordinário aconteça na nossa vida para nos sentirmos realizados o mais provável é fazermos parte da imensidão de frustrados, ou porque a nossa vivência não vai além das coisas comuns que se sucedem sem já qualquer novidade nem encanto, ou porque ficamos sentados á espera da grande oportunidade que tarda e raramente chega. Então o desencanto instala-se, a frescura seca e a alegria  transforma-se num forçado sorriso amarelo. Vem esta reflexão a propósito duma proposta que hoje me entrou como uma luzerna de sol pela janela do meu consciente e que me segredou: " o grande segredo é fazer as coisas comuns de maneira não comum e é a vida comum o meio previligiado para cada um de nós fazer a aprendizagem da afirmação de si mesmo". De facto não sendo o comum dos mortais nem santos, nem heróis, só resta perceber que a grandeza do ser humano não está naquilo que faz, mas no sentido que é capaz de dar àquilo que realiza e que raramente se situa acima das chamadas "coisas comuns".
No calendário litúrgico da Comunidade Cristã Católica inicia-se hoje o chamado novo Ano Litúrgico. Sente-se já um ténue cheirinho a Natal já percebido pela azáfama comercial e pelas luzes que por aqui e por ali fazem figas à crise num desafio provocador. Recordo a letra dum cântico que expressou e expressa o sentir dum número significativo e diversificado de meus contemporâneos: "nem só de pão o homem vive, vive da esperança, vive da justiça, vive da verdade, vive de toda a palavra  que lhe vem de Deus". Sem esperança, sem justiça e sem verdade qualquer intervenção individual ou colectiva poderá convocar para a farsa , mas nunca para o sucesso. Há muita terra árida para cultivar, muitos fantasmas a exorcisar, muita verdade a assumir, muita mudança a implementar, muitos caminhos a endireitar. Este é tempo de mudança quer a implementemos quer apenas a suportemos.

domingo, 21 de novembro de 2010

convergência

Hoje é certamente um bom dia para se falar sobre o poder, os poderosos e o exercício do poder. Uns poucos, pois não podem ser muitos, acham que ser poderoso é ser dominador e ser seguido por uma multidão de súbditos, de bajuladores e de oportunistas. Outros concordam que o exercício do poder é incompatível com o respeito pela afronta da fraqueza e da franqueza. E ainda não poucos aceitam que se não se sentir a canga do poder sobre o dorso é muito difícil conviver em respeito mútuo, em dialéctica libertadora e em empenhamento construtivo. Romper esta lógica, alicerçada na milenar experiência humana, é sempre um desafio que chega desde a prespeciva do futuro com a veemência de quem quer fazer de novo todas as coisas, lançar constantemente novas pontes de diálogo e promover uma nova ordem social em que surjam os grandes servidores, pois só eles serão os novos libertadores e os novos construtores da nova paz.
Vem esta reflexão a propósito de dois acontecimentos vividos neste fim de semana:
 O primeiro acontecimento foi a ocorrência das várias cimeiras realizadas em Lisboa: cimeira da NATO, cimeira da NATO com o Afeganistão,Cimeira da NATO com a Rússia e cimeira dos EUA com a UE. Por dois dias o meu pequeno País foi anfitrião de muitas esperanças e assistiu à procura em diálogo de novas respostas para velhos e mal vislumbrados novos problemas. Afirmar a vontade do respeito pela diversidade e pela complementariedade é só por si um acontecimento inestimável. Senti-me orgulhoso por tudo ter corrido sem incidentes, pela reconhecida e louvada organização, pela competência com que foi implementada a segurança de pessoas e de bens e com a aceitação da livre manifestação de opiniões divergentes.
 O segundo acontecimento diz respeito à celebração pela Comunidade Cristã Católica da festa de Cristo Rei. Aprendemos que só os fortes aceitam ser fracos para que os fracos possam erguer-se da sua fraqueza. Aprendemos que se reconhecermos a verdade de nós mesmos podemos ascender a um novo patamar qualitativamente superior. Ouvimos com a insuspeita autoridade do Senhor Jesus a proclamação de que a força do Amor é a única capaz de promover a libertação de cada pessoa e de toda a pessoa. A Ele presto a minha homenagem , manifesto o meu reconhecimento e a Ele adiro como Meu Senhor, como Nosso Senhor e como Senhor de todas as coisas visíveis e invisíveis.

domingo, 7 de novembro de 2010

positivo

Perante as dificuldades dos tempos que vivemos peço para mim e para os meus concidãos serenidade para aceitar o que não podemos mudar, coragem para mudar o que podemos mudar e sabedoria para reconhecer a diferença.