segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Homenagem

Hoje  proponho-me homenagear o poder que não gera escravos. Hoje quero proclamar que existe Alguém que exerce o seu poder sem tirania, nem exploração, nem necessidade de acumular, nem medo de perder reconhecimento. O meu reconhecimento, aplauso e aclamação para Aquele que surgindo da noite abre para todos a janela por onde entra a luz radiante do novo dia e a porta que dá acesso ao futuro. Alguém emergiu na nossa história humana que não se apoiou nem na força das armas, nem no poder económico, nem na sedução demagógica, nem na supremacia da cultura e da ciência, mas tão só na capacidade inesgotável de se dar para que a ninguém falte o sentido da vida. Ontem celebrou-se a festevidade de Cristo Rei.

Esta atitude leva-me a desejar sucesso a todos quantos exercem o poder que lhes foi dado  com respeito, temor e espírito de serviço. Quem tem o poder de construir, construa e não destrua, quem tem o poder de governar governe, quem tem o poder de restaurar  respeite o que de bom existe, quem tem o poder de servir  não se deixe transformar de servidor em dominador. As épocas de crise são propícias ao surgimento de demagogias pseudo-democráticas, ao aproveitamento do natural descontentamento para fins não esplecitados, à capitalização da desgrácia de muitos a favor dos interesses de alguns. Estamos de facto numa época de crise. Cuidado que a irresponsabilidade está em roda livre, a demagogia arregimenta as vítimas, a política do quanto pior melhor está a afirmar-se.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sentimento



Ontem, de forma discreta, foi-me soprado aos ouvidos do meu sentir interior e após a vivência provocada por múltiplas e recentes ocorrências, que não perdesse a serenidade nem me deixasse ofuscar pelo brilho do triunfo fácil e do brilho meteórico da inutilidade alcantorada em modelo de ser e de existir. Senti que a riqueza construída à custa da pobreza não tem futuro; que o poder assente sobre o sofrimento e a humilhação não tem futuro; que a abundância acumulada a partir da carência não tem futuro; que a injustiça não tem futuro; que a opressão não tem futuro; que a vigarice não tem futuro; que a inutilidade e a alienação não tem futuro.Como de forma mais ou menos consciente não podemos progredir sem nos sentirmos protagonistas dum futuro em construção, só resta que no metro quadrado que ocupo possa acontecer o futuro.