sábado, 31 de janeiro de 2009

Passeios de fim de semana



Sair de Lisboa rumo a Sul para procurar algum distanciamento sem ir para muito longe, podemos tomar a opção de ir até à Lagoa de Albufeira. Fica situada a uns escassos 40 kms, mas permite-nos usufruir de um ambiente de praia e campo, de um micro-clima específico, sair da pressão da grande cidade e regressar com a sensação de ter estado longe permanecendo perto. Uma mata de pinheiros purifica e perfuma o ar e a larguesa da sua vista sobre o mar, a lagoa , e toda a orla costeira desde o Cabo Espichel até Cascais e serra de Sintra dá-nos a experiência do espaço alargado e multi-facetado. É de facto uma boa opção para uma fuga rápida e reconfortante.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Douro turístico





As minhas viagens pelas margens do rio Douro já fazem parte do meu passado distante, mas deixaram gravadas no registo da minha memória o apelo a voltar a encher o olhar com o esplendor das suas paisagens. Se a vida me for madrinha espero lá voltar para mais uma vez saborear o prazer de contemplar essa maravilha do rosto da mãe Natureza.



domingo, 25 de janeiro de 2009

Reflexões de fim de semana



Hoje a Comunidade Cristã Católica evoca o legado desse grande homem que é o Apóstolo S. Paulo. Após a sua conversão a Jesus Cristo, Paulo tornou-se no arauto da universalidade da Mensagem Cristã, da igualdade da pessoa humana, da abertura ao diferente e da roptura com a concepção social, política e religiosa vigente: "perante Deus não há judeu ou gentio, homem ou mulher, escravo ou homem livre"; "Deus não faz acepção de pessoas, quem praticar a justiça é aceite por Ele". Nem sempre foi bem compreendido por aqueles que tinham convivido com Jesus e que tentavam continuar a meter "vinho novo em odres velhos". Judeu de raça e cidadão romano por nascimento viajou por grande parte do Império Romano, anunciando uma mensagem de escândalo e de loucura. Era escandaloso que os judeus tivessem crucificado o Messias anunciado pelas Escrituras e esperado pelo povo e era uma loucura afirmar que esse tal Jesus tivesse ressuscitado. O seu legado chega-nos através das catorze cartas dirigidas ás várias comunidades cristãs que havia criado por onde ía passando. Lê-las está ao nosso alcance fácil, sobretudo se não tivermos medo de cair abaixo da alimária em que cada um anda montado. No meio das nossas certezas, que são a nossa base de sustentação, nem sempre é fácil manter uma atitude de disponibilidade para o não imaginável, para o que transcende, para o não mensurável, para o que não conseguimos delimitar, para acolher esta mensagem: "Aquele que a humanidade regeitou, Deus o ressuscitou e a notícia desta realidade chega até ao hoje de cada ser humano."

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cidadão do mundo



Na minha qualidade de português, europeu e cidadão do mundo assisti , tal como muitos milhões de homens e mulheres um pouco por todo o mundo, à tomada de posse de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos da América. A mensagem de esperança que Barack Obama é para o seu país e um pouco para o mundo em geral, neste início de milénio marcado pela dúvida, pela incerteza, pela insegurança, pelo raquitismo das ideias, pelo atropelamento dos direitos humanos, pelo acanhamento na abertura ao transcendente, surge como catalizador de novas energias rumo ao futuro. É verdade que Barack Obama , mercê das circunstâncias depressivas que a América e o Mundo estão a viver, surge aureolado duma mensagem algo messiânica e essa prespectiva tanto pode ser mobilizadora duma nova era baseada na re-leitura da carta dos Direitos Humanos, como pode congregar as forças que ao longo da História sempre trituraram os messias. Confio que Deus apoie com sabedoria, inteligência e fortaleza os lideres que sem complexos, mas com simplicidade e verdade O invocam. A vida já me vai longa e tive o privilégio de respirar um pouco do optimismo que foi a curta era de Kennedy, do fulgor da marcha de Luther King, do ar fresco que foi João XXIII, da persistência de Jaques Delord, da utopia de Olof Palme, da eficácia do perdão e da não violência demonstrados por Nelson Mandela e da força da fragilidade de Teresa de Calcutá. Seja qual for o ritmo da marcha algo de novo está a surgir. Junto-me a todos os homens e mulheres que neste dia ergueram o estandarte da esperança.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Museus do Vaticano









Visitar os museus do Vaticano é embrenharmo-nos num oceano de arte e cultura, no qual fácilmente nos sentimos navegar um tanto perdidos na sua imensidão. Tive, no passado não muito distante, a oportunidade de visitar Roma e o Vaticano. Regressei carregado de história e pensando visualmente sobre a imensidade de cultura e arte que inunda aqueles espaços. Muitas das nossas raízes culturais chegam até estas paragens, ás quais me sentirei grato regressar se a vida me for generosa. Aqui ficam algumas imagens que trouxe gravadas na memória.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Cidade de Lisboa







Lisboa é a minha cidade e certamente uma das mais lindas cidades do mundo. Situada na margem direita do estuário do rio Tejo e espraiando o olhar curioso sobre o mar atlântico, diz adeus à terra onde se instalou e estende os seus braços para além do horizonte, navegando ao sab0r das ondas que lhe trazem à memória as aventuras, desvarios, amores, sucessos, ostentações e mazelas de vetusta senhora provinciana.



quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Cidade de Coimbra



Coimbra é no consciente nacional a grande referência cultural. Ir a Coimbra e não regressar doutor é um pouco como ir a Roma e não ver o Papa. Quem vai a Coimbra com vontade de aprender vem de lá sempre um pouco mais conhecedor da nossa culura e da nossa identidade nacional. Até a nossa maneira de ser um pouco acanhada se sente bem ao visitar o Portugal dos pequeninos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Algarve turístico





Viajar para o Algarve é a maior parte das vezes pensar em férias, descanso, descontração, passeio, ou turismo. Atravessar a ponte de Lisboa para além do rio Tejo, rodar pela A2 e rumar a Sul, levando no porta-luvas do carro o passaporte para se afastar por uma ou mais semanas da frenética cidade que nos cansa, mesmo quando pouco fazemos, dá-nos sempre uma sensação de retirada estratégica numa guerra que não queremos, mas que teimosamente sustentamos. Parar para limpar as armas com que voltaremos à luta, já que sem luta, mesmo que seja contra moinhos de vento, não sabemos viver. Como temos pressa de chegar, mantendo elevadas as hipóteses de regresso bem sussedido, seguimos com uma condução defensiva, o que, para além de aumentar a margem de segurança, permite acolher o abraço da planície alentejana, sentir que conseguimos ver mais longe e saborear o prazer da viajem. Não tarda e estamos a chegar à estalagem do Cavalo Lusitano ás portas de Grândola, onde vamos saborear uma típica sopa alentejana e repousar um pouco. É agradável ver a expressão de expectativa das pessoas que como nós seguem caminho para lá do Alentejo. Regressados à nossa montada pomo-nos de novo em movimento e aí vamos nós. O Cercal está perto e Aljustel já se anuncia. Aí vamos parar dez minutos para ouvir o silêncio antes de nos virarmos para a serra. Lá está ela olhando com uma face para a grande planície e com a outra mirando o grande mar. Paderne manda-nos abrandar para defenir em que direcção vamos prosseguir: para Sotavento? para Barlavento? É só escolher tantas são as localidades onde podemos ser bem acolhidos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cidade de Fátima/Cova da Iria


A cidade de Fátima adquiriu o seu estatuto citatino a partir da novidade chamada "aparições" da Cova da Iria. Seja qual for o crédito que cada um atribua às referidas manifestações do sobrenatural o certo é que algo de fenomenal surgiu que transformou uma charneca de azinheiras num local de constante afluxo de gentes que peregrinam à procura do diferente, do transcendente, da superação da tragédia, da tranquilidade interior e da pacificação, da outra face da realidade humana que não se esgota no imediato enquadrável pelo espaço e pelo tempo. Por experiência própria confirmo que, passar, sem demasiados preconceitos, algum tempo naquele espaço procurando respostas para o reagir das pessoas que passam, procurando temperar a razão com o coração, me faz sempre pensar de forma positiva sobre o que buscam, para onde se voltam, o que trazem e o que podem levar. Normalmente sinto-me motivado a construir a minha paz interior, a olhar para os demais com um pouco mais de claridade e a deixar a porta aberta para um regresso futuro.

Cidade de Santarém



Santarem é a capital distrital do Ribatejo e a segunda cidade a que mais estou ligado afectivamente, pois foi nela que iniciei os meus estudos de nivel secundário. Os anos que nela vivi abriram-me prespectivas de vida. Foi tempo de aprender a sonhar, de descoberta de ideais, de sonhos mais ou menos utópicos, de socialização e de abertura para uma prespectiva de vida generosa na linha do serviço aos outros.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Vila de Monchique

A meio da encosta da serra de Monchique encontra-se empoleirada a pequena mas simpática vila de Monchique que, com os seus braços estendidos para o litural algarvio, oferece aos muitos visitantes um convite para que subam e entrem a fim de se poderem despoluir e provar algumas das iguarias que a natureza pródigamente tem para oferecer. Subindo até ao alto da Fóia os olhos são pequenos para abranger a vasta e deslumbrante paisagem sobre Portimão, a Práia da Rocha, Lagos, o vasto Alentejo e muito mais. É mesmo deslumbrante! Passear pelas suas ruas estreitas e olhar para o seu vetusto casario faz-nos reportar aos tempos medievos e embora seja invadida pelo ar poluido e enevoado que chega da "civilizada"orla marítima, ela permanece como uma reserva de ruralidade, de artezanato, de hábitos de convivência e de frescura serrana. Um pouco de mel, algum medronho, o presunto e os enchidos fazem as delícias de naturais e forasteiros. Que pena e que falta de intervenção permitir que o convento que domina esta Vila esteja em ruinas!

Cidade de Tomar











Tomar é uma das mais agradáveis, acolhedoras, históricas e turísticas das provincianas cidades deste pequeno país sentado à beira do mar. Embora viva um pouco a sonhar com o mar, não fosse o Infante D. Henrique um dos seus referenciais mais ilustres, vive a interioridade e a ruralidade duma senhora provinciana orgulhosa dos seus palácios, das suas jóias, dos seus subordinados, das suas terras, dos seus jardins, do sabor dos seus produtos e do seu rio que lhe lava o rosto, refresca a alma e fecunda a terra.
Nasci numa pequena aldeia do concelho de Tomar situada na margem esquerda do rio Nabão chamada Casais Novos. Como era um pequeno aglomerado de cerca de 70 pessoas nunca veio assinalada no mapa. O analfabetismo generalizado dos adultos fazia realçar a cultura do saber fazer, da aprendizagem através da acção concreta, do aprender vendo a vida acontecer nas suas múltiplas manifestações. Vivia-se da agricultura de subsistência, onde cada palmo de terra era uma promessa de alimento e alguns felizardos tinham também trabalho numa das fábricas de papel instaladas nas margens do rio. A vida era dura e decorria ao ritmo imposto pela mãe natureza, que nos ía ensinando os seus segredos. Ir a Tomar era ir à civilização! Era lá que se comprava e se vendia, que se ía ao médico e ao boticário, que se ía fazer exame da 4ª classe, que estava o quartel militar, lá se chegava e partia de combóio, lá estava o palácio da justiça e a cadeia, o hospital , a polícia e a Câmara Municipal. Era lá que os mais felizardos estudavam no colégio Nuno Álvares, ou nas Escolas Industial e Comercial, que se aprendia um ofício, que viviam os que, no imaginário do aldeão, tinham uma vida boa. Ainda hoje Tomar é a minha cidadezinha que me faz voltar aos meus sonhos mais remotos, pisar as ruas que meus antepassados pisaram, olhar as mesmas lojas, as mesmas mercearias, as mesmas tabernas, os mesmos jardins, o mesmo mercado, aspirar os mesmos cheiros das feiras e encher os olhos com as cores da festa dos tabuleiros. A minha cidade ás vezes é maltratada e mal amada, mas é sempre sedutora, montra dos meus sonhos e ponto de partida para além do horizonte.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Reflexões de fim de semana


Neste fim de semana celebra-se, por antecipação ao próximo dia seis deste mês de Janeiro, a festa dos Reis Magos, que encerra as celebrações da quadra de Natal. A tradição fala-nos de personagens mais ou menos reais que perseguiam por caminhos diferentes orientados por uma estrela à procura de alguém que tinha sido anunciado como Libertador, Principe da Paz, Rei dos Reis, Resposta ás aspirações profundas do ser humano, Luz para todos os povos. Este anúncio aparecia nas Escrituras, o grande livro de referência do povo judeu. Muitos dos sábios daquele tempo exteriores ao povo judeu sabiam da existência desse Livro e certamente estavam atentos ao seu conteúdo. O importante desta festividade é a consciência que as primeiras comunidades cristãs tinham de que a Jesus e a sua Mensagem eram proposta aberta a todas as pessoas: do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, homens e mulheres da ciência e da cultura (como os Reis Magos), pobres e simples (como os pastores), da cultura judaica e de todas as demais culturas. Faz-nos falta manter e transmitir esta prespectiva de abertura, de aceitação do diferente, de universalidade. Hoje sofro especialmente com a tragédia que se abate sobre a faixa de Gaza, sem minorizar os dramas humanos vividos no Congo, no Zimbabwe, na Somália, no Iraque, no Afeganistão e em tantos outros locais desta terra que é a nossa casa comum. Como é possível que a raça humana ainda não tenha compreendido que a guerra gera mais violência, que a injustiça não é alicerce sólido para construir a nova cidade, que a miséria é um alambique que destila a revolta incontida, que o desprezo pela vida do outro transforma cada pessoa num objecto que se usa, se tolera ou se destrói!?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Saudação a 2009


O ano de 2oo9 chegou e sejam quais tenham sido as incertezas herdadas do ano que acaba de se despedir, é saudável olharmos uns para os outros e desejarmo-nos, erguendo os nossos copos e sobretudo os nossos rostos, um feliz ano de 2009. Se não aspirarmos a algo de melhor difìcilmente surgirá algo de bom! Atenuar a pobreza é difícil, apesar de todos os apelos e de todas as boas vontades, mas é caminho a percorrer. Descobrir novas propostas de paz é desafio que o sofrimento, a angústia e a humilhação de tantos dos nossos contemporâneos reclama. Descobrir e emplementar um novo modelo de desenvolvimento baseado na sustentabilidade da casa comum e na passagem da humanidade para um novo patamar de qualidade em que a "economia global"deixe de ser sinónimo de exploração global e seja substituida pelo conceito de "desenvolvimento global", é condição de sobrevivência. Estou com aqueles que, tal como o Papa Bento XVI, o Cardeal Patriarca de Lisboa e alguns outros, erguem a sua voz e a sua autoridade para exprimirem os anseios mais profundos dos meus contemporâneos. Hoje chega aos meus ouvidos o eco da voz forte de Moisés que atravessa a História e diz aos homens e mulheres de 2009: "o Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti o seu olhar e te conceda a paz". Honra e encorajamento a todos quantos têm a nobre coragem de catalizar as aspirações de sucesso individual e colectivo do povo português para este ano que começa.