domingo, 4 de janeiro de 2009

Reflexões de fim de semana


Neste fim de semana celebra-se, por antecipação ao próximo dia seis deste mês de Janeiro, a festa dos Reis Magos, que encerra as celebrações da quadra de Natal. A tradição fala-nos de personagens mais ou menos reais que perseguiam por caminhos diferentes orientados por uma estrela à procura de alguém que tinha sido anunciado como Libertador, Principe da Paz, Rei dos Reis, Resposta ás aspirações profundas do ser humano, Luz para todos os povos. Este anúncio aparecia nas Escrituras, o grande livro de referência do povo judeu. Muitos dos sábios daquele tempo exteriores ao povo judeu sabiam da existência desse Livro e certamente estavam atentos ao seu conteúdo. O importante desta festividade é a consciência que as primeiras comunidades cristãs tinham de que a Jesus e a sua Mensagem eram proposta aberta a todas as pessoas: do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, homens e mulheres da ciência e da cultura (como os Reis Magos), pobres e simples (como os pastores), da cultura judaica e de todas as demais culturas. Faz-nos falta manter e transmitir esta prespectiva de abertura, de aceitação do diferente, de universalidade. Hoje sofro especialmente com a tragédia que se abate sobre a faixa de Gaza, sem minorizar os dramas humanos vividos no Congo, no Zimbabwe, na Somália, no Iraque, no Afeganistão e em tantos outros locais desta terra que é a nossa casa comum. Como é possível que a raça humana ainda não tenha compreendido que a guerra gera mais violência, que a injustiça não é alicerce sólido para construir a nova cidade, que a miséria é um alambique que destila a revolta incontida, que o desprezo pela vida do outro transforma cada pessoa num objecto que se usa, se tolera ou se destrói!?

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