domingo, 29 de novembro de 2009

Natal de 2009



Algo de extraordinário já se vislumbra caminhando pelas ruas, alguém de importante está para nos visitar, algum acontecimento importante está para ocorrer. A cidade surge engalanada de luz com efeitos alusivos e simbólicos, no ar respira-se um cheiro de poesia, aqui e ali ouve-se um ou outro cântico que trás à superfície a criança que ainda vive dentro de nós, seja qual for a idade de cada um. Que se passa? Quem se espera?
Daqui a pouco é a festa do Natal. Mais umas semanas e para alegria dos humanos se celebra a entrada de Deus na nossa história e o acesso da humanidade à dimensão de transcendência a que está vocacinada. Por muito irracionais que possamos ser na ausência da procura do sentido profundo do significado da celebração do Natal, o certo é que esta nos continua a interpelar e a surgir como porta aberta para entramos na dimensão onde encontramos as grandes respostas para a nossa existência e convivência.
Aqui deixo algumas frases deixadas pela sabedoria de muitos de quantos foram capazes de passar as barreiras da rotina: "muito sabe quem conhece a própria ignorância"; "o homem de bem exige tudo de si próprio, o homem medíocre espera tudo dos outros"; "viver é a única coisa que não dá para deixar para depois".

domingo, 22 de novembro de 2009

Justa homenagem



Não é meu hábito adular o poder e nem sequer homenageá-lo. Poucas vezes na vida encontrei alguém que fosse detentor de poder e não o utilizasse como meio de se afirmar perante os demais e muitas vezes como forma de pressionar ou mesmo subordinar todos quantos eram influenciados por esse mesmo poder. Assistimos em continuidade aos jogos de poder, ao aproveitamento do poder, ao usufruto do poder, ao abuso do poder e mesmo à tirania do poder.
A noção concretizada do poder como oportunidade previligiada para servir o outro e todos os outros, para libertar o outro e todos os outros, para potenciar o que de melhor existe no outro e em cada outro, surge normalmente como uma utopia que alimenta o nosso imaginário, mas que não é traduzida em intervenção constante, consistente, inteligentemente programada e afincamente prosseguida. Ainda assim o meu incentivo e apoio a todos quantos procuram fazer do exercício do poder a oportunidade única e passageira de servir, libertar e promover, sem necessidade de beija-mão, de curvaturas de cabeça, de salamaleques, de aplausos organizados, de reportagens televisivas, de manipulação programada do pensar, do sentir e do agir do outro e de cada outro.
Contudo existe Alguém a quem neste dia presto a minha profunda, continuada, exclusiva e total homenagem. Sei que é uma homenagem simples, silenciosa e pouco colorida, mas mesmo assim tenho a ousadia de publicamente a proclamar. Hoje a humanidade, através das diversas comunidades cristãs presentes em todos os confins da terra, presta homenagem a Jesus como Senhor do tempo , da história e do universo . É a festa litúrgica de Cristo Rei. Ele é reconhecido como o "Alfa e o Ómega" , como Aquele "que é, que era e que será", como Aquele que exerce e manifesta o seu poder amando todos, servindo gratuitamente a todos, libertando todos, promovendo todos. A Ele "a glória e o poder pelos tempos sem fim". Apenas pesso o transcendente e gratuito previlégio de O poder honrar, proclamar e testemunhar o Seu poder libertador, hoje e amanhã, no tempo e para lá do tempo.
Ouso ainda partilhar uma reflexão que hoje me entrou pela porta dentro:
"Em todas as horas do dia, tu dás, ainda que não seja mais que um sorriso, ainda que não seja mais que um aperto de mão, ainda que não seja mais que uma palavra de ânimo!
Em todas as horas do dia te pareces a Ele, que não é senão doação perpétua, abertura perpétua, presente perpétuo!
Devias erguer o teu rosto e dizer-Lhe: obrigado porque posso dar, porque mais vale dar que receber!"

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A queda dos muros




Por vezes os caminhos têm tantas curvas e contra-curvas que é difícil vislumbrar se o local para onde pretendemos ir está longe ou perto. Quando isto acontece necessitamos de renovar as energias, continuar e confiar que havemos de chegar com sucesso.
Recordo-me que por altura dos anos de 197o muitos dos que partiam para a guerra colonial, ou dela regressavam, muitos dos que ficavam vivendo a angústia da incerteza e muitos dos que teimavam em manter viva a chama de que chegaria o dia em que a lógica da "pescadinha de rabo na boca" seria denunciada e regeitada, partilhavam com um misto de confiança, de revolta e de sentimento de luta latente, a esperança de que o derrube do poder instituido aconteceria. Só não sabíamos o como nem o quando. Por esses tempos, para nos animarmos uns aos outros, quando nos reuníamos em comunidade cristã, por vezes cantávamos: "os muros vão cair, os muros vão cair, e mesmo que demare muito, eu só sei dizer que os muros vão cair". Em abril de 1974 caiu o regime e as barreiras derrubadas, apesar das amachucadelas, não provocaram vítimas. Foi uma grande festa, a festa da vida, a festa de todo o povo.
Tive igualmente a feliz oportunidade de viver a euforia libertadora que foi o derrube histórico do "muro de Berlim". O muro caiu fez ontem 20 anos, o povo festejou e ninguém se magoou. Foi uma grande festa que continua a animar esta velha Europa que avança para a fase em que a diversidade reforça a unidade e a unidade faz brilhar a diversidade.
Se a vida ainda me mimar com mais alguns anos de saúde e lucidez de espírito, muito gostaria de poder festejar, além da queda dos muros da Irlanda e de Chipre, sobretudo a queda do muro secular que separa judeus e palestinianos. Bem sei que só vejo curvas e contra-curvas, mas quero partilhar a esperança de que tal acontecerá um dia para alegria de quantos continuam a acreditar que a força transformadora é como um íman que nos atrai a partir dum ponto situado algures no futuro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Hino à vida




" A vida é uma oportunidade, agarra-a. A vida é beleza, admira-a.
A vida é bem-aventurança, saboreia-a. A vida é um sonho, faz dele uma realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o. A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o. A vida é preciosa, cuida dela.
A vida é amor, desfruta-o. A vida é um mistério, penetra-o.
A vida é promessa, cumpre-a. A vida é tristeza, vence-a.
A vida é um hino, canta-o. A vida é um combate, aceita-o.
A vida é uma tragédia, abre-lhe os braços. A vida é uma aventura, ousa-a.
A vida é uma felicidade, merece-a. A vida é a vida, defende-a."
(homenagem a Madre Teresa de Calcutá)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sabedoria



"Se verdadeiramente me amas não chores".

"Mais vale um silêncio prudente do que uma verdade pouco caridosa".

"Se choras por ter perdido o Sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas".

"A verdadeira felicidade consiste em amar o que temos, e não nos sentirmos mal por aquilo que não temos".
"Quem passa o tempo a julgar, não tem tempo para amar".