domingo, 22 de novembro de 2009

Justa homenagem



Não é meu hábito adular o poder e nem sequer homenageá-lo. Poucas vezes na vida encontrei alguém que fosse detentor de poder e não o utilizasse como meio de se afirmar perante os demais e muitas vezes como forma de pressionar ou mesmo subordinar todos quantos eram influenciados por esse mesmo poder. Assistimos em continuidade aos jogos de poder, ao aproveitamento do poder, ao usufruto do poder, ao abuso do poder e mesmo à tirania do poder.
A noção concretizada do poder como oportunidade previligiada para servir o outro e todos os outros, para libertar o outro e todos os outros, para potenciar o que de melhor existe no outro e em cada outro, surge normalmente como uma utopia que alimenta o nosso imaginário, mas que não é traduzida em intervenção constante, consistente, inteligentemente programada e afincamente prosseguida. Ainda assim o meu incentivo e apoio a todos quantos procuram fazer do exercício do poder a oportunidade única e passageira de servir, libertar e promover, sem necessidade de beija-mão, de curvaturas de cabeça, de salamaleques, de aplausos organizados, de reportagens televisivas, de manipulação programada do pensar, do sentir e do agir do outro e de cada outro.
Contudo existe Alguém a quem neste dia presto a minha profunda, continuada, exclusiva e total homenagem. Sei que é uma homenagem simples, silenciosa e pouco colorida, mas mesmo assim tenho a ousadia de publicamente a proclamar. Hoje a humanidade, através das diversas comunidades cristãs presentes em todos os confins da terra, presta homenagem a Jesus como Senhor do tempo , da história e do universo . É a festa litúrgica de Cristo Rei. Ele é reconhecido como o "Alfa e o Ómega" , como Aquele "que é, que era e que será", como Aquele que exerce e manifesta o seu poder amando todos, servindo gratuitamente a todos, libertando todos, promovendo todos. A Ele "a glória e o poder pelos tempos sem fim". Apenas pesso o transcendente e gratuito previlégio de O poder honrar, proclamar e testemunhar o Seu poder libertador, hoje e amanhã, no tempo e para lá do tempo.
Ouso ainda partilhar uma reflexão que hoje me entrou pela porta dentro:
"Em todas as horas do dia, tu dás, ainda que não seja mais que um sorriso, ainda que não seja mais que um aperto de mão, ainda que não seja mais que uma palavra de ânimo!
Em todas as horas do dia te pareces a Ele, que não é senão doação perpétua, abertura perpétua, presente perpétuo!
Devias erguer o teu rosto e dizer-Lhe: obrigado porque posso dar, porque mais vale dar que receber!"

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