Num país enrascado quem é que fica respaldado a não ser as aves de rapina e os enrascadores de profissão? As crianças estão a ser enrascadas, pois com tanta artificialidade mais parecem aves de capoeira do que andorinhas em início de Primavera. Os jovens sentem-se enrascados pois prometeram-lhes o sol e só vêm a lua nova. Os adultos estão enrascados pois sonharam com a abundância e deparam-se cada vez mais com a carestia. Os idosos estão super enrascados pois pensavam que tinham construído uma sociedade consistente e sai-lhes uma sociedade gelatinosa. Como sair deste embróglio sem gastar as poucas energias restantes destruindo o que ainda resta ? Pode cada grupo cuspir a sua raiva para cima dos demais, mas enquanto não passarmos da ânsia do usufruir para o esforço de construir apenas ficaremos todos cada vez mais atolados em lixo tóxico. Os portugueses que tiveram a coragem de se aventurarem no diferente sempre conseguiram afirmar-se e transformar o enrascanso em desenrascanso, mas sempre recorrendo ao sobre esforço, ao acumular de energias, ao confronto com o diferente e ao sair para fora do seu quintal. Já que não tivemos a capacidade de ser bons gestores e a inteligência para prever e evitar o desastre sejamos ao menos bons imaginativos na gestão da insolvência. É o que se chama "fazer das tripas coração".
terça-feira, 1 de março de 2011
enrascadela
Num país enrascado quem é que fica respaldado a não ser as aves de rapina e os enrascadores de profissão? As crianças estão a ser enrascadas, pois com tanta artificialidade mais parecem aves de capoeira do que andorinhas em início de Primavera. Os jovens sentem-se enrascados pois prometeram-lhes o sol e só vêm a lua nova. Os adultos estão enrascados pois sonharam com a abundância e deparam-se cada vez mais com a carestia. Os idosos estão super enrascados pois pensavam que tinham construído uma sociedade consistente e sai-lhes uma sociedade gelatinosa. Como sair deste embróglio sem gastar as poucas energias restantes destruindo o que ainda resta ? Pode cada grupo cuspir a sua raiva para cima dos demais, mas enquanto não passarmos da ânsia do usufruir para o esforço de construir apenas ficaremos todos cada vez mais atolados em lixo tóxico. Os portugueses que tiveram a coragem de se aventurarem no diferente sempre conseguiram afirmar-se e transformar o enrascanso em desenrascanso, mas sempre recorrendo ao sobre esforço, ao acumular de energias, ao confronto com o diferente e ao sair para fora do seu quintal. Já que não tivemos a capacidade de ser bons gestores e a inteligência para prever e evitar o desastre sejamos ao menos bons imaginativos na gestão da insolvência. É o que se chama "fazer das tripas coração".
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