domingo, 27 de fevereiro de 2011

resistir




Há quem pense que a resistência é sinónimo de passividade, ou mesmo a atitude resultante do não compromisso. É certo que resistir pode ser fincar os pés no chão e recusar a mudança, mas também pode ser o mobilizar das energias e meios disponíveis e necessários para não ser submergido e arrastado  pela onda que avança ameaçadora. Resistir à sede do poder pode ser manifestação de força, coragem e lucidez. Resistir à oportunidade do enriquecimento fácil pode ser uma atitude nobre e solidária. Resistir a gritar para que todos oiçam e vejam que existimos pode ser uma atitude sábia e prudente. Resistir a querer ter sempre razão pode ser um passo primeiro para uma abertura á procura convergente e mobilizadora. Contudo se quem não resiste não persiste, haverá igualmente que cultivar a atitude da ousadia que seja o conversor das energias e forças potencialmente destrutivas em novas fontes de sucesso. A demagogia alienante e a maledicência sistemática são armas sobejamente aperfeiçoadas e usadas sobretudo quando a sociedade parece encurralada num labirinto em que já se confunde o donde viemos com o para onde pretendemos ir. Ninguém andará o caminho que temos de andar e esta teimosia em querer avançar sempre ás cavalitas de alguém acaba por cansar  e desesperar os sistematicamente sobrecarregados.

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