terça-feira, 20 de maio de 2014

Memórias

 
 
 
 
De tempos a tempos acontecimentos significativos, ou simplesmente a sucessão imparável dos dias, que teimam em se agrupar em anos, os quais olham uns para os outros com certo ar de saudade, de desencanto, ou mesmo de censura, fazem-nos sinal de paragem a fim de ponderar se a nossa bagagem vai suficientemente arrumada para podermos continuar viagem com um mínimo de segurança. Assim se aproveita o aniversário em que fizemos pela primeira vez o pino, ou outra qualquer pirueta, em que iniciámos algo ou alguma nova forma de existir, para a sós ou acompanhados por alguns transeuntes, e ou por uns quantos a nós ligados por laços que o tempo não desatou,  nos sentarmos e dizer: aqui cheguei...daqui vou partir, mas ...como, em que direção e procurando o quê...
Vivemos as nossas memórias, sublinhamos a nossa história, saboreamos a presença amável dos que connosco partilham essas memórias  e assim me encontrei com uns quantos que, imaginem...comigo terminaram há cinquenta anos o curso de formação. Cada qual foi à sua vida e quando ontem nos encontrámos tivemos de dizer uns aos outros quem somos, tal o tributo de vassalagem que cada um paga a meio século de viagem pelos múltiplos e diversificados caminhos do ser e do conviver.
É bom reconhecermo-nos, comunicarmo-nos, dizermo-nos e sentirmo-nos reconhecidos. Foi uma experiência muito grata que só o encontro gerou.

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