domingo, 21 de dezembro de 2014

Natal 2014

 
Nestes últimos dias que antecedem mais um Natal quase me irritei com a azáfama da corrida ao supérfluo embrulhado em papel colorido e ornado de fantasia. É tal o frenesim que quase me sinto mal por não me sentir motivado a desta maneira participar no esforço coletivo para equilibrar a economia neste final de ano. Ainda estou cético acerca das verdadeiras motivações que levam tantos a correrem à procura daquilo a que, nesta quadra, se chama oferta, prenda, ou presente. Que corramos de acordo, mas ao menos que saibamos porque corremos, para onde, ou para  quem corremos.
Depois de tentar reciclar este meu mau feitio e de me interrogar se não estou a ser demasiado comodista e de julgamento fácil, quero dizer que, apesar de não ter juntado um monte de embrulhos coloridos, desejo para todos aqueles que partilham comigo a aventura de ser gente um pouco de calor humano, de amizade e de festa.
É verdade que a realidade nos mostra que a humanidade dá guarida a muitos monstros (violência, guerra, insensatez, injustiça, maldade requintada, abuso de poder...),mas e por isso mesmo faz-nos bem escutar este grito que brota do mais profundo desta mesma humanidade que existe em cada ser humano: "glória ao rosto divino da humanidade e paz à humanidade que surge igualmente de rosto tão desfigurado".
A perceção, mesmo inconsciente, de que Deus está connosco faz- nos correr para mais perto uns dos  outros, a intuição de que a vida tem sentido faz-nos encontrar tempos para fazer festa, a sensação de que saltar as barreiras que nos separam nos torna mais próximos uns dos outros faz-nos esquecer, ao menos por uns momentos, os muros que nos dividem.
Por isso e apesar de todas as contradições, quero juntar-me a todos quantos, cada qual á sua maneira, vão viver este Natal de 2014. Feliz Natal !
 
 
 
 

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