




Portugal celebra hoje o 35º aniversário da revolução de Abril ocorrida em 1974. Tinha nessa altura 35 anos de idade, vivia em Lisboa e tal como muitos portugueses aspirava integrar uma sociedade onde o sonho de paz, de liberdade, de progresso, de abertura ao mundo, de respeito pela diversidade, não fosse confundido com "traição à pátria", "traidor", "agente subversivo", "agitador", "corruptor das mentes", "toupeira ao serviço de interesses estranhos". Foi a maior explosão de alegria, de festa, de esperança, de celebração colectiva, de que guardo memória. Todas as narrações, registos, comentários e documentários, ficam aquém da experiência vivida. Celebrar é reviver, mas é também reflectir sobre o caminho andado e prespectivar o futuro que se quer construir. Ao assistir hoje à reportagem televisiva da sessão solene realizada na Assembleia da República senti orgulho de ser português e de à minha micro escala ter contribuido para que esta celebração faça parte dos acontecimentos fortes que anualmente se repetem como apelo à cada vez mais decidida marcha rumo ao futuro sonhado. Por coincidência ou não realiza-se amanhã no Vaticano a celebração do reconhecimento de que Nuno Álvares Pereira é para a Igreja Universal uma referência de fidelidade a Deus, abertura aos mais frágeis dos seus concidadãos e compromisso assumido na defesa e afirmação do seu povo. Um povo cresce na sua identidade e afirma-se na sua dignidade sempre que é capaz de olhar para os seus santos e para os seus heróis e receber com orgulho e gratidão o seu legado e o seu desafio a avançar ousadamente na construção duma história bem sucedida.