sábado, 4 de abril de 2009

Páscoa/2009


O tempo escoa-se como a água guardada num cesto de vime. Estamos a dois passos da Páscoa e amanhã é já Domingo de Ramos. Apesar da nossa mentalidade nublada pela transpiração provocada pelo esforço de libertação de algumas crenças alicerçadas mais na ignorância, nalguma superstição e numa boa dose de religiosidade mal digerida, respiramos alguma ambiência que nos faz fazer pausa, sentir alguma tensão interior e a necessidade de expressar alegria e desejar que surja uma centelha de luz e de festa na rotina do nosso existir.
Pensando no dia de amanhã não consigo deixar de me interrogar como foi possivel que um aldeão de Nazaré na Galileia, cuja grande manifestação triunfal foi a entrada em Jerusalém montado num burro sem albarda e aplaudido por alguns populares com ramos de palmeira e de oliveira, tenha ao longo de dois milénios provacado tanta gente, incomodando muitos, atraindo muitos mais, questionando não poucos. Poderia ao menos ter escolhido um cavalo bem selado! Andamos todos envolvidos com este grande provocador que teve a ousadia de afirmar: "antes de Abrão existir eu sou".

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