domingo, 14 de junho de 2009

Reflexões de fim de semana





As eleições do passado dia 7 de Junho já fazem parte do passado próximo, o qual se colou ao role dos acontecimentos políticos que vão perdurar na memória de um povo que não adere ao que não entende. Para quê ir votar para a composição do Parlamento Europeu se não está em causa o número de Deputados elegíveis? Para quê ir votar se a campanha eleitoral não passou duma pré-campanha para as Legislativas que ocorrerão no final do próximo mês de Setembro e se sabia que qualquer resultado daria tantas vitórias quantos os principais concorrentes? Qualquer que fosse o número de votantes cumpriria sempre o objectivo. É certo que ficámos um pouco desfocados na fotografia, mas talvez isso possa vir a ser invocado como mais uma razão para a necessidade dos Fundos Comunitários continuarem o seu papel de estímulo ao desenvolvimento "cultural "e "democrático". Por mim gostaria que a prespectiva duma União Europeia alicerçada numa dimensão social sólida e na preocupação séria da reforma dos sistemas financeiro e económico se aprofundasse, mas como actualmente na cabeça de grande parte das classes políticas é, na prática, mais ou menos semelhante falar de socialismo de classe, socialismo democrático ou liberal socialismo, ficamos todos à espera que mude o suficiente para que tudo fique o mais possível na mesma. Assim todos ficam com motivos para continuar a protestar, a argumentar e a apresentarem-se como a grande e novíssima alternativa.
Ainda bem que chegaram os festejos em honra dos Santos Populares ( Santo António, S. João e S. Pedro). Umas marchas populares a desfilar na grande Avenida da Liberdade, uns copitos, umas brôas de milho e umas sardinhas assadas chegam para a gente se distrair, fazer uma pausa nas nossas preocupações e voltarmos mais resignados ao ritmo da vida ensombrada pela mediocridade de prespectivas e pela ténue esperança de que amanhã o sol brilhará para todos. Meu rico Santo António, tu que és o patrono dos bens perdidos vê se consegues obter que o povo português no seu todo encontre a vergonha perdida. É certo que é mais fácil pregar aos peixes do que falar de justiça, de verdade, de construção conjunta e solidária aos humanos, mas mesmo assim volta a tentar e não te esqueças que és português e não italiano, ou melhor és um português -europeu.

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