domingo, 9 de maio de 2010

transitório e definitivo



Neste fim de semana em que se evoca, através da leitura de parte do capítulo 15º dos Actos dos Apóstolos, o concílio de Jerusalém, o primeiro da comunidade cristã nascente, anuncia-se com ênfase a visita de Bento XVI à Comunidade Cristã Portuguesa e de forma mais alargada a todo o Povo Português. Seja benvindo e acolhido com entusiasmo. A sua presença é mão apontando para Aquele que desde o futuro da humanidade congrega para a construção da "nova cidade", em que a harmonia entre os humanos e destes com o transitório e com o definitivo, seja o nova forma de viver e conviver. O Papa não vem como modelo perfeito de humanidade, nem como fonte de santidade, nem como critério absoluto de verdade. Quer se concorde com ele no todo ou só em parte, no essencial ou também no acessório, no definitivo ou também no transitório, o certo é que acolhê-lo é acolher, de forma implícita ou explícita, Aquele de que a sua existência é anúncio. Assim experienciar a presença física de Bento XVI no meu país é motivo para renovar a minha adesão a Jesus Cristo como o Senhor da História, a Quem presto honra e glória com a vinda do Papa à nossa terra. No concílio de Jerusalém Pedro foi confrontado e contestado e a sua confusão e hesitação face ás novas realidades culturais e sociais foi o ponto de partida para que a Comunidade Cristã, por acção do Espírito Santo, se abrisse à universalidade. As atitudes monolíticas, as teorias de um único pensante, a preocupação de manter a unidade a partir do acessório, do transitório, dos tabús, do silêncio, das excomunhões, podem ser um sedutor e procurado suporte para uma estrutura de poder, mas não são caminho de superação e de descoberta de novas respostas para as sempre surpreendentes realidades humanas.

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