sábado, 25 de abril de 2009

Saudação




Portugal celebra hoje o 35º aniversário da revolução de Abril ocorrida em 1974. Tinha nessa altura 35 anos de idade, vivia em Lisboa e tal como muitos portugueses aspirava integrar uma sociedade onde o sonho de paz, de liberdade, de progresso, de abertura ao mundo, de respeito pela diversidade, não fosse confundido com "traição à pátria", "traidor", "agente subversivo", "agitador", "corruptor das mentes", "toupeira ao serviço de interesses estranhos". Foi a maior explosão de alegria, de festa, de esperança, de celebração colectiva, de que guardo memória. Todas as narrações, registos, comentários e documentários, ficam aquém da experiência vivida. Celebrar é reviver, mas é também reflectir sobre o caminho andado e prespectivar o futuro que se quer construir. Ao assistir hoje à reportagem televisiva da sessão solene realizada na Assembleia da República senti orgulho de ser português e de à minha micro escala ter contribuido para que esta celebração faça parte dos acontecimentos fortes que anualmente se repetem como apelo à cada vez mais decidida marcha rumo ao futuro sonhado. Por coincidência ou não realiza-se amanhã no Vaticano a celebração do reconhecimento de que Nuno Álvares Pereira é para a Igreja Universal uma referência de fidelidade a Deus, abertura aos mais frágeis dos seus concidadãos e compromisso assumido na defesa e afirmação do seu povo. Um povo cresce na sua identidade e afirma-se na sua dignidade sempre que é capaz de olhar para os seus santos e para os seus heróis e receber com orgulho e gratidão o seu legado e o seu desafio a avançar ousadamente na construção duma história bem sucedida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Faltavam 4 dias para completar os 2 anos de idade e recordo-me do alvoroço que havia em minha casa, do choro comovido. Eu sabia que não era mau, apesar de só muito mais tarde ter percebido os acontecimentos. Sei o que significa a liberdade, também através do medo contido nos actos daqueles que viverem sem ela. E sei que essa liberdade foi de todos e por todos. Acredito que houve gente boa que sofreu devido às circunstâncias em que vivia. Neste últimos aniversários dos 25 de Abril, irrita-me solenemente a apropriação dessa data histórica pelo PCP e adjuntos. Todos sabem que eles sofreram na clandestinidade e foram torturados e etc. Se os cidadãos em geral não estivessem abertos ao 25 de Abril, ele não tinha acontecido daquela forma. Todos o queriam, eu acho. Mas, fora o desabafo, viva a Liberdade!