domingo, 10 de maio de 2009

Reflexões de fim de semana









Há muito que aprendi, quer através da reflexão quer através da experiência, que o "poder" para se manter tem imperiosa necessidade de se afirmar e que para se afirmar tem necessidade vital de crescer, quer em profundidade quer em extensão. Os métodos de crescimento e afirmação do "poder" vão desde a sedução, à alienação e não raro à violência disfarçada ou mesmo explícita. Não há "poder" sem senhorios e não há senhorios sem subordinados e vassalos. Se pensarmos em "poder económico" temos de descobrir onde estão os manobradores do poder e onde se situa a multidão dos manobrados. Se olharmos para o "poder político" temos de tentar conhecer quem são os detentores do poder, quem os novos conquistadores do poder, quem os manobradores do poder, quem os benificiários do poder e a multidão dos que prestam vassalagem ao poder. Se olharmos para o "poder da informação" verificamos que qualquer mensagem repetida e transformada em "massagem" adquire estatuto de verdade assumida como evidência programática. Se olharmos para o "poder religioso" temos de estar atentos aos que em nome de alguma divindade assumem o estatuto de senhores e manobradores das consciências, mantendo e reproduzindo a multidão dos dependentes, dos não pensantes, dos submissos.
Nestes dias o Papa está no Médio Oriente pisando os mesmos espaços que empoeiraram os pés de Jesus Cristo. Confio em que numa linguagem ajustada e compreensível seja proclamado o Evangelho das "Bem-Aventuranças".
Suportamos o peso do fardo que nos legaram os que em nome da sacrossanta autonomia e eficácia do poder financeiro cresceram e prosperaram. O clamor dos desempregados, dos prejudicados, dos confinados a uma vida de precária subsistência, exige o surgimento de um novo modelo económico e financeiro ao serviço de toda a sociedade.
Assistimos ao constante "massajar" da opinião pública empreendido pelos "meios de comunicação". Debaixo da capa da chamada "verdade política" aliena-se a verdade objectiva, sob o manto da "conveniência política" oculta-se o esclarecimento da realidade, com o conceito de "julgamento político" aliena-se a necessidade de julgamento justo, com a justificação do "dever de informar" transmite-se uma visão parcelar e formatada. E tudo isto com o frenesim e a sofreguidão de quem saboreia as iguarias dum grande festim.
Estamos em ambiente de campanha eleitoral. Dizem-nos que é preciso compreender os exageros de linguagem, que o objectivo é seduzir e não esclarecer, que não faz mal prometer o céu uma vez que apenas se propoêm usufruir os bens da terra. A jornada é longa e estou para ver a capacidade de demagogia a demonstrar pelos múltiplos intervenientes ao longo da grande maratona.

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