domingo, 31 de maio de 2009

Reflexões de fim de semana

Se não andássemos tão distraídos apercebíamo-nos de que este dia é um grande dia. Por ser a final da Taça de Portugal entre o Futebol Clube do Porto e o Paços de Ferreira, no Estádio Nacional , com a tradicional presença do Presidente da República ? Um bom encontro desportivo, correspondendo ou não às expectivas de simpatizantes e adeptos, é sempre um acontecimento capaz de atrair as atenções de muitos. A campanha eleitoral entrou finalmente numa fase de construção positiva e na procura do esclarecimento objectivo dos eleitores? Gostaria de constactar que finalmente a gincana política cedeu à reflexão séria e à apresentação de propostas honestas que permitam aos portugueses sentirem-se intervenientes activos na construção da nova Europa. Contudo nem o futebol, nem a má política, transmitem a energia indispensável para transformar horizontes fechados, cinzentos, rotineiros, tempestivos e deprimentes, em espaços abertos, de horizontes profundos e luminosos, que sejam um estímulo a erguermo-nos desta triturante rotina e desta mediocridade instalada. O que faz então deste dia um grande dia? Certamente este grito que vem do passado-presente e que de forma mais ou menos consciente ecoa no mais profundo do "eu" pessoal e do "eu "colectivo: "procurai a sabedoria, valorizai o conhecimento e a ciência, entendei os sinais que chegam do futuro, estai atentos à superação, avançai com prudência mas sem medo, praticai a justiça, sêde fortes e ousados no lançamento de novas pontes e na abrtura de novos caminhos". Cinquenta dias depois da Páscoa celebra-se hoje a grande festa do Pentecostes, a festa do Espírito Santo, do Espírito da Vida e da Sabedoria, da Verdade e da Fortaleza, do Entendimento e da Justiça. A todos os portugueses, religiosos ou não, fica este apelo à abertura activa ao "Novo Espírito". Vencer o medo, reconstruir a coesão, falar novas linguagens, vencer a anestesiante paralesia da dúvida sistemática, é uma proposta feita a todos quantos não desistem. Já que nascemos sem pedir e morremos sem querer, aproveitemos com alguma grandeza o intervalo.

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