quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Linguagem e mensagem

É certamente difícil aceitar a diferença, sobretudo quando estamos convencidos que a nossa experiência de vida foi e é alicerçada sobre o que persecionamos como a verdade para nós inquestionável. A nossa visão persistentemente procurada e apurada, pode facilmente ser para o próprio critério de verdade e transformar-se em proposta irrecusável e rejeição de visões e leituras diferentes das nossas. Deus é, mesmo que eu negue a Sua existência, ou diga que é um produto de cabeças ignorantes, malévolas e sub-desenvolvidas. Querer chegar à mensagem sem contextuar a linguagem é continuar a afirmar que "todas as cartas de amor são ridículas", dando como razão que nunca escreveu cartas de amor, ou que nunca foi capaz de amar. Negar ou menorizar a mensagem porque não sintonizamos com a linguagem é corrermos o risco não apenas de não compreendermos donde vimos, mas também de não intuirmos para onde vamos. Assim ficamos limitados a ser um fugaz episódio ocorrido em determinado e louco momento histórico. Recuso-me a aceitar o "nada " como resposta de vida e o "sem sentido" como critério de existência. A Bíblia ajuda-me, percorrendo o penoso, dialéctico e por vezes contraditório caminho da evolução e da existência humana, a percepcionar Deus como Vida partilhada, Justiça misericordiosa, Liberdade libertadora e Verdade que ilumina as muitas sombras da existência humana.

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