domingo, 7 de março de 2010

Raizes



Neste fim de semana fui especialmente sensibilizado para a figura de Moisés. Moisés foi sem sombra de dúvida uma das figuras primeiras da história da civilização judaico-cristã. Da simbiose entre as culturas mesopotâmicas e egípcia surgem, por acção de Moisés, as bases que, juntamente com a herança greco-romana, constituem os alicerces sobre que assenta a nossa cultura ocidental e por osmose, e com várias tonalidades, o melhor do pensamento humano. Moisés formalizou esse transcendente e actual código de direito social e religioso que são os "Mandamentos". Os Mandamentos são essa sarsa ardente que não se consome. Moisés concluiu, sem margem de dúvida, que a relação com Deus passa pela libertação do Povo e que a libertação do Povo se processa pela fidelidade à relação com Deus. Os seres humanos têm de ser motivados a sair da situação de escravidão e a visão de Deus tem de ser purificada da noção de domínio e da noção de ausência. Tudo isto está expresso no terceiro capítulo do livro do Êxodo: " vi a aflição do Povo e desci para o libertar" e dirás ao Povo que "EU SOU AQUELE QUE È". A centralização na noção de "SER" deixa de dar a primazia ao "PODER" e ao "TER". Assim poderemos chegar à ideia de que a mensagem bíblica aponta para a prespectiva de que Deus é pobre e fraco, pois não necessita do poder, nem do ter, para "Ser Aquele que È". Como poderia então Jesus estar de outro lado que não do lado dos pobres, dos fracos e dos oprimidos?

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