domingo, 20 de junho de 2010

despedida



Ao iniciar uma viagem, cuja duração se desconhece e em que são usados diversos meios de deslocação, nunca sabemos bem como, quando e em que circunstâncias vamos progredir nas múltiplas etapas do percurso a prosseguir. Apenas sabemos que partimos e que não podemos regredir ao momento da partida, uma vez que a marcha do tempo é irreversível. Temos de conciliar a noção de continuidade com a da de descontinuidade para percebermos que ambas fazem parte da nossa especividade existencial. Por vezes determinado meio torna-se inapto para avançar e então só nos resta livramo-nos dele e progredir confiando no novo meio de prosseguir, pois continuar é imperativo. Costumamos dizer adeus aos que partem e costumamos dizer adeus aos que ficam. O pensamento, a memória e a amizade são os elementos que mantêm a comunhão entre os que preparam a viagem, os que partem e os que já partiram. A semana passada partiram para a outra margem da vida dois dos meus maiores amigos de longa data. Desejo-lhes bons encontros e manifesto-lhes a minha gratidão pela sua amizade. Qualquer dia nos encontraremos nessa outra dimensão em que a vida não é prisioneira da nossa corporeidade.

Sem comentários: