domingo, 12 de dezembro de 2010

confiança





Acabo de chegar dum concerto de Natal em que actuaram cinco dos coros referenciados na freguesia do Lumiar. Já tinha saudades de ouvir canto polifónico, pelo que se juntou a poesia e a surpresa que é sempre a vivência do espírito de Natal á satisfação de poder saborear a harmonia. Enquanto absorvia a harmonia da melodia e acolhia a mensagem das palavras fiquei sensível á dimensão da confiança. Se Deus confiou na humanidade ao ponto de se fazer criança na confiante dependência de José e de Maria, como pode qualquer humano atento não confiar na discreta solicitude do nosso Deus? É certo que uns se dizem ateus, outros agnósticos, outros crentes, outros cristãos, outros cristãos católicos, mas duma forma ou de outra todos somos portadores dessa semente da esperança que nos leva a experienciar este sentimento: "apesar de tudo confio". Esta mensagem de esperançosa confiança ecoa a partir de algumas palavras proclamadas desde tempos longínquos, sempre que a situação individual e ou colectiva apresentou contornos de ausência de soluções para situações desesperantes: "tornai fortes as mãos fatigadas e robustos os joelhos vacilantes, não vos assusteis"(Isaías, profeta).Com alguma imaginação, alguma abertura ao futuro, uma boa dose de reflexão sobre o real e de convergência transformadora, o meu povo ultrapassará as dificuldades dos tempos presentes e aprenderá a construir na alegria um futuro que a todos honre e a todos traga "gozo e contentamento". O Natal está a chegar , é preciso mudar de rumo e ouvir a mensagem profética que nos vai chegando, mesmo quando nos parece chegar donde não estávamos de todo à espera.

Sem comentários: