sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Grandes gestos

 
A grandeza dos gestos radica em quem os emite e adquire a sua amplitude na mensagem que encerram e na excelência do destinatário a quem se orientam. Um grande gesto pode valer muito mais que grandes e inflamados discursos. De facto não escasseiam as palavras, tanto mais inflamadas quanto menos portadoras de convicções, mas escasseiam os gestos que apontem para vértices de convergência dos vários pontos de partida.
No passado dia 8 de Junho reuniram-se no Vaticano três destacados crentes membros de cada uma das três confissões abraâmicas: cristãos, muçulmanos e judeus. Tudo indica que não negociaram, nem recriminaram, nem declararam vitória, nem reconheceram derrota. Tão só rezaram e pediram ao Deus que todos reconhecem que ajude a perceber que a paz resulta não da imposição pela força, ou da destruição do outro, mas do reconhecimento do outro.
Muita história se viveu e escreveu até se perceber que, na linguagem do Papa Francisco, dentro de cada cristão existe um judeu. É preciso descobrir agora que dentro de cada crente há também um cristão, um judeu e um muçulmano, vivendo em paz e dando o seu específico para o reconhecimento de cada crente no "Deus de Abraão".
A minha oração não passa dum murmúrio de criança meio ensonada, mas mesmo assim continuo a dirigir a Deus esse meu murmúrio solicitando- Lhe que acolha e dê consistência à oração destes crentes.

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