domingo, 1 de fevereiro de 2009

Reflexões de fim de semana




Este fim de semana, que se despediu já do chuvoso e enfadonho mês de Janeiro, não se apresenta com ares descontraídos e de grandes optimismos. São as mais variadas e avariadas depressões, são as muitas corridas de burros procurando derrubar os púcaros cheios de areia ou de algum líquido mal cheiroso, são as sonantes gargalhadas de histerismo, são as infindáveis sessões de auto-flagelação, são as persistentes massagens opinativas da ausência de certezas, são as múltiplas manifestações de tragédia resultante duma comédia vivida até à exaustão... Enfim é muita areia para a minha camioneta! Será que não vem por aí alguma réstea de sol que ilumine este horizonte triste e sombrio? Será que chegados ao fim da encosta ainda existe coragem para descobrir novo caminho que conduza a um ponto mais alto onde se descortine um novo horizonte? Confio que sim e que, passado o tempo da lamúria, do escárnio e do mal dizer, voltemos á nobre tarefa de construção conjunta da nova cidade onde seja mais agradável viver. Sempre me fez confusão verificar a rapidez com que algumas árvores da floresta cresciam tanto e tão rápido e outras plantas rastejavam ou não passavam da mediania. Pobres plantas rastejantes que encontram como razão de existência fertilizar a terra que vai alimentar os grandes exemplares do mesmo reino!
Chegaram-me hoje ás mãos umas quantas afirmações ou sentenças, que, a propósito ou não do que atrás fica referido e que não passa dum conjunto de "gafanhotos" que se soltaram dum espirro mal dado, aqui ficam transcritas: "a inteligência sem amor faz-te perverso", "a justiça sem amor faz-te implacável", a diplomacia sem amor faz-te hipócrita", "o êxito sem amor faz-te avaro", "a docilidade sem amor faz-te servil", "a pobreza sem amor faz-te orgulhoso","a beleza sem amor faz-te ridículo", "a autoridade sem amor faz-te tirano", "o trabalho sem amor faz-te escravo". Lirismo duma tarde de inverno frio, chuvoso e sombrio ! Eu sei, mas o lirismo também é uma forma de expressão não despresível do espírito humano.

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