sexta-feira, 2 de abril de 2010

absurdo


Esta semana é apelidada tradicionalmente de "semana maior". Esta designação deve-se não ao facto de ter mais dias de trabalho e em que portanto se produz mais, mas porque relembra o maior absurdo da História Humana. Em que se concretiza este absurdo? Precisamente nisto: aqueles que acreditam em Deus decidem em nome de Deus matar o próprio Deus e substitui-Lo por um simulacro encerrado nos limites da sua imaginação humana. Aqueles que defendem a lei, obra das suas mãos, a partir da aplicação cega dessa lei cometem a maior das injustiças: condenar o "Justo" porque não se conforma com o seu modelo de justiça. Assim morre o "Justo" e a sua morte clama pela urgência de leis que apontem para a libertação, para a justiça justa, para a promoção de toda a pessoa e para uma convergência harmoniosa dos vários valores.

Ontem garantiram-me, mais uma vez, que Alguém que marcou a nossa história e a nossa cultura, afirmou que se não aprendessemos a filosofia do serviço não descobriríamos o caminho da liberdade. Hoje fui confrontado com a tragédia da morte de Deus. Se Deus teve a incompreensível iniciativa de assumir a nossa História Humana teve de assumir as consequências dessa Sua decisão: a humanidade construíu leis e em nome dessas leis e de forma coerente julgou, condenou e cruxificou essa Iniciativa. Como sairemos deste círculo fechado? Criamos leis á nossa imagem e semelhança e em nome dessas leis justificamos a injustiça e todo o tipo de sufisticadas e eficazes estruturas de dependência. Resta-me aguardar que Deus surpreenda com nova iniciativa mais surpreendente e eficaz que a justiça humana.

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