sábado, 14 de abril de 2012

fragilidade



Nada mais fraco e desprotegido que aquele que adormece à sombra do chapéu a que chama segurança e fortaleza. Qualquer rajada de vento vira o chapéu e ou acorda para uma nova realidade, ou fica sujeito á intempérie e ás consequências supervenientes. Sempre que pensamos que somos senhores do universo, este rápidamente demonstra que não aceita tiranos, mas apenas humildes servidores. Sempre que nos parecer que conseguimos ver  e expressar toda a verdade o melhor é marcar uma consulta para o oftalmologista pois é sinal duma perigosa miopia  ou de cataratas em estado avançado.

Encontrar graça á desgraça ou brincar com a fraqueza é afirmação de mediocridade. Servir-se  da insegurança, da dependência, ou da amargura alheia para conseguir vantagens é manifestação de mesquinhês e garantia de que dali só serão de esperar chantagem, desilusões e manipulação.

O primeiro passo para avançar é aceitar os momentos de desequilibrio e insegurança resultantes do facto de ficar momentaneamente apoiado só num pé. Quem quiser não mudar os pés do mesmo sítio corre o risco de se transformar em estaca que dificulta o caminho de quem não desiste de avançar.

A fragilidade da força é a auto-suficiência que dificulta o diálogo incondicional e a força da fragilidade é a convergência das frágeis forças dispersas que transformadas em bloco são capazes de ser suporte consistente de novo edifício. Não se trata de unanimismo mas de sintonia de esforços para remover obstáculos que pareciam inamovíveis.

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