domingo, 13 de dezembro de 2009

Natal de 2009



João Baptista continua por aí, não sei se dirigindo-se à cidade ou se de regresso ao deserto. Seja qual for o seu rumo sempre vai insistindo em dizer que se não nos abrirmos aos outros, se continuarmos a achar normal engordar à custa da pouca gordura dos magricelas e se vivermos pacificamente com a utilização da força do poder para manter as múltiplas estruturas de poder, certamente que, apesar dos muitos baptismos recebidos, ainda nos falta ser baptizados no "Espírito Santo e em fogo" transformador. Cada celebração de Natal é uma nova proposta e refugiarmo-nos no folclore mítico de tipo pagão, ou na tradicional celebração pretensamente religiosa, apenas nos levará à prosaica, enfadonha e resignada constatação de que "foi mais um Natal". A preocupação da procura inteligente do sentido das esperanças profundas da humanidade e de cada pessoa; a descodificação do sentido das palavras, dos gestos, dos ritos e das celebrações; o cultivo da tolerância activa com os que na sua especificidade calçam não os sapatos de modelos instituídos, mas sandálias que mal protegem do pó e da lama, serão certamente janelas por onde vai entrar o Sol da paz e da alegria.

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