domingo, 6 de dezembro de 2009

Natal de 2009



A última semana ficou marcada por dois acontecimentos que ficam como referência durante todo o presente ano e a balizar, cada um à sua maneira, o futuro tanto nesta ancestral Europa, como em toda a vasta área ibero-americana. Estou a referir-me à cimeira ibero-americana do Estoril e à entrada em vigor do novo Tratado Europeu, conhecido como o Tratado de Lisboa. Que os líderes da quase totalidade dos países de língua portuguesa e espanhola se tenham reunido na "casa portuguesa" para conversar é só por si um acontecimento de importância relevante. Que os vinte sete paises da Comunidade Europeia tenham em Lisboa , no passado dia 1 de Dezembro, dado início ao tratado de Lisboa é um acontecimento que ficará na história desta velha Europa, que muito penou para chegar até aqui, mas que se pode orgulhar de ter atingido uma fase nobre no relacionamento entre povos, estados, línguas e culturas . Quem viveu as tragédias do passado só pode alegrar-se com o caminho percorrido. Foram muitos séculos de evoluir até chegarmos aqui.

Neste terceiro domingo que precede o Natal ouve-se o eco da palavra austera de João Baptista que chega da profundidade do tempo e do silêncio do deserto proclamando a urgência de "construirmos novos caminhos, prenchermos os vales que nos separam e aplanarmos as barreiras que nos dividem, para que para todos chegue uma nova ordem em que a justiça seja a base sobre a qual se constrói a nova cidade".

A"nova sociedade" vai surgir a partir da reciclagem das velhas, bafientas e empoieiradas mentalidades que desfiguram o que de melhor existe em cada ser humano. Uma nova cidadania em que esta história nos escandalize pelo seu anacronismo e infantilidade primária: "na sociedade do tempo das cavernas existiam quatro tipos de cidadãos: "Toda-a-Gente", "Alguém", "Qualquer-Um"e "Ninguém". Havia um importante trabalho a realizar, (o trabalho de remodelar a casa comum) e "Toda- a- Gente" tinha a certeza de que "Alguém " o havia de fazer. "Qualquer Um "o podia fazer, mas "Ninguém " o fez . "Alguém" se zangou porque era um trabalho para "Toda- a- gente". "Toda -a- Gente" pensou que "Qualquer-Um" o podia ter feito, mas "Ninguém" constatou que "Toda- a- Gente" não o faria. No fim "Toda- a-Gente" culpou "Alguém", quando "Ninguém" fez o que "Qualquer-Um" podia ter feito. Assim surgiu um quinto tipo de cidadão: o tipo "Deixa -Andar".

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